quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

UMA BECO DE QUÊ

Numa dose rápida, eu vi pessoas caminhando vagarosamente; na calçada estreita havia uma valeta ao meio, entre os meios fios,um pé no passeio o outro na rua; pude ver gente se apertar para tomar uma dose que deteriora pessoas; homens trabalhadores; dose que embriaga o futuro e perde o prazer do presente.

A medida de uma dose para encorajar e trabalhar, é uma quantidade de branquinha que incha os pés, que enche o beco estreito e mal visto; é lá onde separa a praça do feijão que poderia alimentar, dos fracassados homens que se escondem num beco, os quais amparados por duas extremidades ao alcance das mãos trêmulas, sem força, se achando socorridos por duas paredes frias, testemunhando as quedas da covardia humana e a gota nos sangues das pernas que mancam.

Um beco, um bar apertado, um homem vazio, um mal afiado que enche a prateleira do botequim, banda de um limão azedo misturado numa dose que corta. Corta a força, a vitalidade, o ego, corta a moral.

O homem é varrido do ambiente e entregue ao beco. Um beco quente, um beco sujo, o beco que tem portas diversas, uma porta que aporta e dentro há um balcão limite, com uma moeda feito ficha, libera dose amarga para uma vida insossa.

Duvido que uma dose seja pouca ou muita, somadas são deprimentes. Vi grades com garrafas, um beco abarrotado de gente e uma porta deportar um volume humano, atrapalhando o beco, um homem se encontrava ouvindo uma voz sem o corpo físico, vulto monstruoso, valentia e covardia lado a lado, vi um homem que solicitava do dosa-dor, resumindo num balançar da cabeça de uma boca que balbuciava: _Coitado.

Gostaria de ver um dia neste beco, a passagem dos homens encurtando caminho de casa ao trabalho. A solução está num pingo de consciência de alguém do social, uma misturada de amor e carinho, dose que abre caminho para uma vida saudável, homens que é preciso serem tratados com igualdade, essa é a dose que falta na vida dos seres.

Medir homens como humanos, carentes desamparados, medir o ser pelo que pode ser, pertencer e não pela dose que ele tomou, embriagando autoridades cegas, incapazes de perceberem um beco tomado de cidadãos exclusos, famílias dispersas, criminalidade, aonde o s números das pesquisas superam aos medidos anteriormente.

Amigos da assistência, vejam no beco da pinga, uma gota que precisa ser trabalhada por vocês, dando esperança e dignidade àqueles coitados desviados do caminho promissor. A atenção poderá ser a dose da alegria dos miseráveis excluídos, pela força do hábito maldito, levando-os ao óbito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu tenho meus becos que eu mesmo me jogo. É diferente do beco citado, porque o meu beco é voluntário, necessário e buscado por mim. O meu isolamento.