segunda-feira, 6 de abril de 2009

AS AVENTURAS DO REI MAURÃO




Cada um com o seu reinado reina como quiser. Nestas duas últimas semanas, saí do trono o qual me posto a semana toda, todas semanas de um mês e todos os meses do ano, “trabalhando”.

As riquezas podem ser pesadas, medidas e analisadas conforme a necessidade e a crença de cada ser, a minha vêm dos céus, nem sempre vem quando pedimos ou quando precisamos, mas vêm muitas vezes quando menos esperamos, as chuvas, riqueza divina de quem mora num sertão, região de águas escassas e homens de bons corações, sertão que produz um dos pratos prediletos dos brasileiros, o feijão, leguminosa de grande importância alimentar, ajuda fortalecer o sertanejo na fé e nas esperanças de dias farturentos.

Terra molhada, cheiro de mato, esterco fresco que indica gado alimentado, vacas paridas, cavalos prontos para lida, homens alegres, mulheres felizes, chaminés dos fogões trabalhando a todo calor, milho verde cozido, pamonha fresquinha da hora, melancia fria no meio de um roçado e um sol escaldante, porém uma sombra cobrindo por cima a terra argilosa, umidade protegendo com o seu frescor. Roça sem cerca, rancho a espera dos trabalhadores cansados, trabalhadores não, guerreiros, guerra pela sobrevivência. Erosão que faz lembrar que as chuvas foram fortes e carregadas; ervas daninhas cobrindo a estrada como se nunca houvera passado gente naquelas estradas, a força do solo fértil e de ph quase neutro, também capaz de segurar a umidade por muito mais tempo.

Fui, arrisquei colocar o carro que não propício às aventuras em lamaçais das estradas feito armadilhas, sempre em baixadas ou próximos as curvas, como se fosse sem saída, atolei sim, mas desistir não desistia, pois o prazer de vencer é bem maior.

Na outra semana passei por estradas com caprinos, cheguei numa cidadezinha a onde a vaca estava em sua entrada, dando a entender que ali prosperava a produção e fertilidade.

De volta ao trono, estou aqui escrevendo parte destas aventuras, entre o campo estrada de chão e o asfalto das cidades menores, me senti um rei de grande riqueza, não tem dinheiro que compra o prazer e a saúde de respirar um ar puro, não tem nada mais sábio que conhecer a origem de produtos que consumimos, não há guerra mais interessante a atravessar um atoleiro que exige garra e sabedoria, você vai pra um lado, os obstáculos te levam para outro, você pensa que vai, quando é parado e desliza impedindo a sua ida, entre se atirar na lama e vencer, somente o carro saiu sujo e consumiu um pouco a mais de combustível. Estou aqui com ar renovado, pronto para enfrentar outras batalhas. Obrigado pela atenção, se possível comente, critica, faça qualquer coisa, mas deixa o seu recado.