quarta-feira, 5 de maio de 2010

EU NÃO COMI A POPCORN

A gente copía quase tudo e muitas e muitas vezes o que não presta. Aconteceu no primeiro mundo, no terceiro vira festa.
Noutro dia fui ao shopping ver as novidades, acostumado com a simpliscidades das coisas simples das pequenas cidades interiorana, na mais tranquila das intenções fui assistir ao filme de Chico Xavier, ver o exemplo de vida de um exemplar cidadão brasileiro, espírita, pessoa que dispensa comentários. Para quem estava com o espírito desarmado, comecei a brigar com o que meus olhos registravam, como baiano, acostumado falar das iguarias da bahia, do sotaque dos baianos, da criatividade na junção das palavras e na pronuncia dengosa que diferencia muito os irmãos soteropolitanos. Mas, as filas nas salas de exibições, Alice no país da maravilha, entre outros difundidos pela grande media, levam multidões a gostarem e absorver o que deveria ser digerido.
Tudo que até agora vinha escrevendo, duas coisas não sairam da minha cabeça, refrigerante gigante com um grosso canudo, e a tal da popcorn escrito assim mesmo e com cheiro de pipoca estourada em micro-ondas muito diferente do nossa saborosa e saudável pipoquinha, aonde a demora e o barulho dos grãos pipocando parece temperar e acentuar o sabor, oferecidos em saquinhos de papel reciclável, porção civilizada e satisfatória.
Na sala escura do cinema, o triturar das pessoas com a popcorn na boca, e o amassar da gigantesca embalagem e o sugar do calórico super refrigerante, ambos usados pela maioria, ao meu redor, parecia competir com as palavras que eu tentava ouvir atenciosamente pronunciada pelo ator representando e imitando a voz frágil de Chico, não sei se estava tentando aprender a lição de vida, ou praticando a paciência que se passava na história.
Foram umas duas horas, os popcorns pareciam resistir até o fim, no final, percebí que a media influencia muito, as pessoas dão muito valor o que se escreve em inglês, esquecendo até que a saúde é muito mais importante que a moda, vinda de fora ou não, exigindo maior consumo, mesmo sendo ridículo, péssimo exemplo, má educação, maior gasto tanto para comer feito animal, como para recuperar a saúde. O exagero não combina com o bem estar de ninguém e nem sempre as facilidades serão fáceis de serem convividas num futuro próximo. Não deixarei a minha língua saborear o que prejudica o organismo, nem tão pouco deixarei quieta quando for para bradar o que não é interessante.
As pessoas precisam aprender a valorizar também o que é seu. Popcorn em plena Salvador se não reclamarmos nem a nossa lígua vai se salvar.